Gravidez e Parto em Orlando

Winnie Palmer Hospital for Women and Babies – Orlando Florida

Estavamos sumidos do blog e por uma razão bem trabalhosa: tivemos um bebê! E hoje gostariamos de contar para vocês como foi nossa experiência em ter um filho nos EUA. Esperamos que isso possa te ajudar a entender melhor como funciona todo o processo por aqui.

Nós temos plano de saúde particular, e isso nos deu liberdade de escolher a obstetra, o hospital e até mesmo o tipo de parto. O plano de saúde cobriu 100% das despesas, mas se tivessemos que pagar particular, somente o meu parto com cesária e estadia no hospital custariam aproximadamente US$70,000.

O pré-natal foi feito com uma ginecologista brasileira formada nos EUA. Minha gravidez foi considerada de risco, por isso as visitas ao consultório da ginecologista eram uma vez por mês da semana 4 até a semana 27. Da 28 a 35 as visitas foram a cada 2 semanas. E da 36 até o dia do parto as visitas eram semanais.

Durante essas visitas eram checados os batimentos cartíacos do bebê, meu peso, sinais vitais meu e do bebê e feitos exames de sangue e urina. Ultrasson foi feito com 8 semanas, 12 semanas, 24 semanas (ultrasson morfológico) e 36 semanas. Também tomei as vacinas necessárias durante a gestação na mesma clínica.

Foi interessante que inicialmente, nem todas as visitas eu fui atendida pela minha médica. Aqui nos EUA existe a profissão chamada de Nurse Practitioner, que é um médico que não faz cirurgias, e muitas vezes foi um deles quem me atendeu. Com isso eu entendi que eu era paciente da clínica e não especificamente da minha médica. Se eu tivesse optado por parto normal eu seria atendida pelo médico plantonista da clínica disponível no hospital que eu escolhi. Como minha cesária foi pré-agendada, pude escolher a minha médica para o procedimento. Isso me trouxe um pouco mais de tranquilidade pois ja tinha criado confiança nela.

Com 32 semanas de gravidez fizemos o tour no hospital Winnie Palmer, para conhecer as intalações e também saber como deveriamos proceder no dia do parto. Esse hospital é referência nacional em obstetria e cuidados com recém nascidos. O tour foi feito com um grupo de futuras mamães e papais e foi agendado previamente. Foi muito legal, pudemos conhecer a sala de parto normal, o berçário, conhecer os protocolos do hospital e saber tudo o que estaria a nossa disposição para o grande dia, inclusive um restaurante dentro do hospital. Neste dia também já fizemos uma pré-admissão ao hospital, para que no dia do parto essa parte burocrática estivesse pronta.

Quarto Particular do Winnie Palmer Hospital for Women and Babies – Orlando Florida

Também fizemos alguns cursos para receber o bebê. Alguns oferecidos pelo hospital e outros pela clínica obstétrica. Fizemos curso de parto, curso de primeiros socorros, curso de amamentação, curso de primeiros cuidados com o bebê. Cada curso custava aproximadamente $30 por casal.

Esses cursos são tão comuns aqui e tão procurados que teve alguns que tivemos que entrar na fila de espera para conseguir vaga, e também teve curso que não conseguimos fazer antes do bebê nascer, de tão concorrido. Como pais de primeira viagem não sabiamos da importância em agendar o curso logo nas primeiras semanas de gravidez, deixamos mais para o final e quase ficamos sem.

Nesses cursos nós também aprendemos sobre a disponibilidade de guardar as células tronco e o cordão umbilical. Optamos pela empresa chamada CBR site cordblood.com pela praticidade. Eles enviaram para nossa casa uma caixa com um kit que incluia tudo o que era necessário para o médico coletar e armazenar o sangue e o tecido do cordão umbilical no dia do parto. Só precisavamos levar para o hospital no dia do parto.

E deu tudo certo, levamos a caixa, entregamos para um enfermeira na hora do parto e quando já estavamos no quarto, a enfermeira trouxe a caixa, ligamos para a empresa, que no mesmo dia foi buscar o material. Tudo muito prático, fácil e seguro.

Como o bebê estava grande (nasceu com 4.250 kg e 53 cm) e eu tenho a estrutura pequena, com o apoio da minha obstetra, agendei minha cesária para 39 semanas. Por ter contrariado o costume norte americano de parto natural, senti na pele o preconceito das enfermeiras americanas quando entravam no quarto, liam o prontuário e descobriam que minha cesária havia sido agendada. Elas faziam caras e bocas e as vezes até algum comentário desnecessário. Isso porque antes mesmo delas lerem o prontuário eu já fazia questão de agradar as enfermeiras e assistentes com uma lembrancinha de presente.

Um detalhe interessante é que apenas é permitido agendar a cesária para quando o bebê completa 39 semanas de gestação.

Algo que eu estranhei e confesso que não gostei foi que só vi a minha médica quando eu já estava anestesiada e pronta para a cirurgia, e o Rodrigo somente pode entrar no centro cirúrgico quando a médica já estava pronta para retirar o bebê da minha barriga. Apesar de ter sido por pouco tempo, foi muito difícil para mim estar em um ambiente cirúrgico e sem conhecer ninguém. E, apesar de eu falar inglês fluentemente, meu coração queria poder me expressar em português naquele momento.

O Rodrigo foi a única pessoa autorizada a entrar no centro cirúrgico comigo. Como brasileiros, queriamos um fotógrafo para registrar esse momento, mas tivemos que nos contentar com as fotos tiradas pelo Rodrigo e pelas enfermeiras.

Nossos pais ficaram no saguão do hospital com um pager. Quando o David nasceu eles foram avisados pelo pager e uma enfermeira foi buscá-los na porta para conhecerem o neto.

O nascimento de um filho é uma felicidade que não cabe no peito, e isso você já sabe ou já até ouviu falar. Um dos protocolos do hospital foi que assim que David nasceu, e depois de terem limpado ele em nossa frente, ele já foi colocado em meu peito para mamar. Quanta emoção!!! Aguenta coração. Para sempre vamos lembrar do chorinho dele querendo mamar, querendo um aconchego, assustado com tudo o que estava acontecendo.

Eles não dão banho tradicional no bebê no hospital, apenas fazem uma limpeza com água morna e toalha para tirar o escesso de vernix do bebê. Porque é comprovado cientificamente que o vernix ajuda no controle da temperatura do bebê e é um agente protetor contra infecções nos primeiros dias de vida.

Diferentemente do Brasil, o bebê fica o tempo todo enrolado em um cueiro do hospital e só coloca roupa para ir para casa. Levamos um monte de roupinhas, mas ele acabou ficando enrolado nesse cueiro a maior parte do tempo pela praticidade para a troca de fraldas e para o próprio conforto do bebê (para o horror das vovós brasileiras que queriam por roupa nele e reclamavam com as enfermeiras o tempo todo rs).

Aprendemos nos cursos a importância do Skin to Skin (contato pele a pele) tanto para a mãe/pai quanto para o bebê, e as enfermeiras nos recomendavam fazer isso com o David o tempo todo.

Algo muito legal era a quantidade de segurança e procedimentos para evitar que estranhos entrassem sem autorização na maternidade. As portas de acesso ao andar da maternidade estavam sempre trancadas, e só abriam por um empregado do hospital. O David usava duas pulseiras eletrônicas. E caso ele saísse de perto de mim soava um alarme no andar inteiro e as portas internas se fechavam automaticamente.

O hospital forneceu fralda Pampers a vontade, ofereceu também cueiro, shampoo Jhonson e fórmula para o bebê e calcinha descartável, absorvente e calcinha tipo fralda para a mamãe. Ficamos 4 dias no hospital. E antes de irmos embora a enfermeira de plantão nos presenteou com todos esses itens para levarmos para casa. Estavamos sem graça de aceitar, mas ela nos contou que isso era um costume do hospital. Até os utencílios da bomba de leite do hospital podem ser levados para casa, mas não sabiamos e ficou lá.

Apesar do cansaço, recebemos bastante visitas de amigos o que alegrou muito nosso coração. Mas diferentemente do Brasil, o quarto não era preparado para receber tantas visitas, pois havia apenas uma poltrona e duas cadeiras de abrir e fechar que mal cambiam no quarto. E, tivemos que improvisar um local para colocarmos as lembrancinhas e decoração de boas vindas do David.

O quarto era pequeno, tinha cameras de segurança e não era possível apagar as luzes totalmente a noite. Havia uma cama (estilo Murphy bed) embutida na parede para o acompanhante. As refeições para a mamãe e o acompanhante, no nosso caso, o papai, eram incluídas na diária. Havia um cardápio bem extenso de pratos disponíveis, que não se pareciam em nada como comida de hospital, e podiamos pedir o que quisessemos e quantos pratos quisessemos.

David é o nosso presente de Deus. Estamos muito contentes com a chegada dele e com as novas experiências que ele nos trouxe. Jamais poderiamos imaginar o tamanho do amor de uma mãe e um pai pelo seu filho. David veio para ser amado, cuidado e educado por nós e completar nossa família. Quando você estiver em Orlando poderá conhecê-lo.

Nos vemos em Orlando,

Cristiane Lucaski Cerveira

Corretora de imóveis em Orlando.

Imagem: Disponível na internet, de autor desconhecido para mim.

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